sábado, 25 de fevereiro de 2012

Quem é você?

Ando naquela fase em que a mente frita de tanto pensar. Cada pequeno acontecimento se faz brecha pra eu pensar sobre diversas coisas e questionar diversos comportamentos. A vantagem que vejo de ter voltado aqui depois de alguns anos, é que me sinto mais maduro pra refletir estas questões ao invés de tratar o tema apenas com um pacote de palavrões e frasesinhas de efeito.

Estava eu no supermercado. Ainda tenho um telefone pré-pago e fui colocar crédito no caixa. O único caixa que aceitava colocar crédito era, logicamente, um que estava lotado de filhos da puta querendo fazer a compra do mês. À minha frente, uma senhora com um carrinho lotado e olhando as revistas na boca do caixa. Se interessou por um revista com o seguinte nome: SAÚDE.

Assim que notei a revista que ela olhava e se decidia em adicionar aos seus itens de compra, comecei a tentar "entender o carrinho dela". Já postei isso aqui há alguns anos atrás. Sei que não sou apenas eu que tenta tirar algo de informação da pessoa pelo que ela tem de compras em seu carrinho. Aliás, eu era mesmo uma incógnita por lá, esperando meia hora e de mãos abanando. Enfim, a senhora não tinha muitas coisas gordurosas e parecia realmente se interessar por temas como saúde. Mas aquilo me deu brecha pra falar daquela caralhada de gente que faz isso, muito mais pra parecer se preocupar ou livrar um leve peso da consciência do que pra praticar como ideal de vida mesmo.

Acredite em mim quando digo que não sou bom exemplo, e talvez por não ser é que estou reflexivo quanto a estas questões. Quantas vezes me prometi iniciar uma ação a longo prazo e a larguei no terceiro ou quarto dia. Quantas vezes li coisas bacanas só pra livrar um pouco o peso de uma consciência que não me deixa em paz com cobranças, mas que na verdade, pratiquei pouquíssimo. Tenho tentado por exemplo ter um foco especial na minha saúde esse ano. Sei que não mudarei com alterações drásticas, mas terei ganhos com mudanças pontuais de comportamento e a longo prazo. 

E essa senhora me fez pensar nessa cambada de gente que muito mais tenta parecer ser algo do que ser realmente o que é. É complicado, acredito que em algum momento todos fazemos isso. Me fez lembrar um grande amigo que em um momento da vida dele, prometeu publicamente que ia dar um tempo na bebida, que ia melhorar nessa questão, 3 semanas depois o vejo tomando cerveja num copo com gelo para fingir que era guaraná!

QUEM?


Por que isso? Pra que tentar mostrar algo, se o maior dono da vida é você mesmo? Quantas pessoas não pregam imagens numa festinha? Quantos não sorriem e postam fotos curtindo, zoando, participando de super baladas ou até mesmo mega apaixonados, quando estão em uma fase de se encontrar?

Pra quê essa merda? Por que estamos lotados de gente espalhada em nosso cotidiano assim? Em que momento propagar ao outro ficou mais importante do que fazer por que acredita que é certo? Eu tenho tentado me responder diariamente isso e tenho tentado cada vez mais mostrar dentro de mim que a mudança precisa começar em mim. Mesmo que ser dessa maneira em diversos momentos possa fazer você parecer para alguns como insensível, que queira "esconder algo" e uma caralhada de merdas que as pessoas instáveis e inseguras tentam te jogar de responsabilidade.

Se livre de seus medos, seja quem você é pessoal ou virtualmente, mas seja nessa porra!

E não envolva ninguém para ter que mostrar nada. Isso é fundamental. Fazendo uma busca nos meus arquivos pessoais de atitudes e comportamentos, vejo que apesar de odiar esse tipo de atitude, já fiz em determinadas situações a mesma coisa. Quero melhorar, e o melhorar a si é um grande passo pra ficar mais tranquilo e se importar menos com o que os outros vão pensar.

Tem muita gente que curte tentar explicar nos outros (nas festas, nas curtições etc) as frustrações de não se resolver consigo mesmo. É foda, é chato ver isso, mas nada que um grupo de pessoas bacanas não possa te mostrar que ainda há esperança nessa vida cheia de ostentação do caralho!


Se fuder com esse lixo de querer parecer ser.


Seja nessa porra!

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