Ao tentar iniciar esse post, lembro-me de uma música do Peninha que ouvia bastante na voz do Paulinho Moska, chamada "Sonhos". O trecho inicial diz:
"Tudo era apenas uma brincadeira
E foi crescendo, crescendo, me absorvendo
De repente eu me vi assim, completamente seu"
Só esse trecho inicial mostra bem como foi a minha relação com a ... Escrita. Sim, escrever sempre foi uma atividade minha que mesclava demanda de concentração e ao mesmo tempo prazer imenso por colocar em palavras diversas teorias pessoais absurdas sobre a vida.
E tudo era realmente apenas uma brincadeira. Há 6 anos atrás resolvi fazer um blog e essa brincadeira foi crescendo, crescendo e assim parti para caminhos mais ousados. Resolvi escrever com mais propriedade, criei um blog pra falar da minha área de atuação e incrivelmente comecei a ter leitores. E aí, o finzinho do trecho da música foi bem o que me aconteceu... foi crescendo, crescendo e me absorvendo. Seguindo a letra da música como se a relação entre eu e a escrita fosse uma relação amorosa, posso dizer que eu me vi completamente relacionado com a escrita. Não me importava a minha capacidade como escritor, muito menos o nível de alcance e impacto nas pessoas que liam. O que começou a pegar, foi uma cobrança interna de manter-me escrevendo.
Mas aí comecei a ter conflitos diários, pois as ideias surgiam com frequencia e a minha produção de um simples texto qualquer era fruto de quase um processo de parto. Como conciliar escrita e vida corrida de trabalhos? O que me aconteceu? Cobranças. Sofrimentos. Questionamentos.
Como se fosse mais uma novela da globo ou mais um romance comum em nossa cultura, não me aceitava apenas amar escrever e não poder me dedicar como queria. Eu me cobrava, questionava e até duvidava se uma dia eu amara o ato de escrever. É assim que funciona o romance, não é mesmo? Se você não recebe o mesmo que recebera um dia em troca é porque não se importam mais com você (tomar no cú com esse idealzinho fodido de amor). Bom... foi assim por bastante tempo.
O ato de escrever pra mim se tornou um momento sofrido, de desprazer e sem perceber eu já o fazia sem a menor vontade e tesão.
Levei tempo pra aprender muita coisa sobre isso. E o mais bacana é que não foi lendo nada sobre processos de escrita que aprendi algo que me fizesse repensar minha conduta. Recentemente, fazendo uma pós graduação na área de administração e psicologia, comecei a estudar sobre planos mentais. E aí a coisa mudou bastante. Entender como os processos mentais se articulam com seu dia a dia e como você vai criando "verdades" dentro de si e reproduzindo o que a grande maioria faz por aí, mexeu demais comigo. E a primeira coisa que me veio à cabeça foi: Quero um tempo sem sofrimento.
Larguei tudo, não escrevia nem na minha agenda mais (nunca fui de escrever tanto em agenda, é só pra valorizar o momento) e simplesmente me deixei 4 meses sem sentar com a obrigação de escrever algo. Nos primeiros dias, incômodo. Até na hora de ir dormir eu me cobrava. E aí você vai percebendo como se coloca culpas que o mundo credita a você e que você absorve sem precisar ser assim. Essa recriação do meu plano mental eu posso afirmar que ainda não está concluída. Mas ela já sofreu uma alteração tão grande, que até vontade de voltar a escrever sem ficar me cobrando eu já tive e há uma semana eu venho sentando e produzindo algo.
A cobrança de "ter" de fazer algo parece estar escondida ou ter sumido de vez (me decidi por ser otimista), mas o mais bacana de tudo é poder dizer: Escreva nessa porra!
Somos uma geração que, por mais merda que você veja em facebook e redes sociais bizarras com escritas escrotas (gostei desse termo!), é uma geração que escreve e produz. Hoje tenho pensado melhor sobre isso e essa ideia de pensar sobre os nossos planos mentais, vai me gerar uma série de posts aqui questionando muita coisa. Quanta gente está fechada numa matriz onde apenas reproduz o que vê com o discurso de que está fazendo a sua parte? Você está mesmo fazendo a sua parte? Pense bem e comece a agir caso sinta que não esteja.
Mais a frente virei aqui dividir como estão sendo essas experiências de reconstrução de ideias e paradigmas e como isso pode te influenciar a ter uma dia a dia que você possa considerar mais efetivo, produtivo e que tenha mais a ver com você.
Em outro momento, me lendo num post como esse, eu chegaria ao questionamento: "Porra, não tem nada a ver com nada isso que estou escrevendo."
Já hoje, estou pouco me fodendo e pensando apenas em produzir algo que tenha a ver comigo e quem sabe que possa ser algo produtivo pra alguém.
Pense nisso... o que você anda fazendo é uma escolha sua?
Mais a frente virei aqui dividir como estão sendo essas experiências de reconstrução de ideias e paradigmas e como isso pode te influenciar a ter uma dia a dia que você possa considerar mais efetivo, produtivo e que tenha mais a ver com você.
Em outro momento, me lendo num post como esse, eu chegaria ao questionamento: "Porra, não tem nada a ver com nada isso que estou escrevendo."
Já hoje, estou pouco me fodendo e pensando apenas em produzir algo que tenha a ver comigo e quem sabe que possa ser algo produtivo pra alguém.
Pense nisso... o que você anda fazendo é uma escolha sua?
Já dá um bom questionamento essa pergunta inicial.
bye!
PS: Não deixei de ser ranzinza, muito menos um bom de uma filho duma puta. Apenas estou numa fase de construção melhor das minhas falas e observações. Dizem que é a idade.
bye!
PS: Não deixei de ser ranzinza, muito menos um bom de uma filho duma puta. Apenas estou numa fase de construção melhor das minhas falas e observações. Dizem que é a idade.