segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

366

Foi no dia 3 de dezembro de 2011 em que tomei uma decisão:

Não ser mais como sempre fui ou como estava acostumado a ser nos últimos anos.

Não era uma decisão firmada em mente, mas aproveitei o acaso e a junção de acontecimentos para tomar uma decisão que já "namorava" minhas ideias há algum tempo.

Em um certo momento tive uma escolha: Ser o que sempre fui e me render, correr atrás do eu que já existia em mim e repetir o mesmo comportamento recente ou me dar a chance de, daquele momento em diante, mesmo que com uma ruptura abrupta comigo mesmo, tentar ser diferente.

Pois bem.. morrendo de frio na barriga, escolhi pela segunda opção. Talvez pelo cansaço de ser aquela pessoa que eu vinha sendo há um bom tempo: Refém de si, amarrado na falta de atitude, ancorado na estabilidade pessoal. Resolvi tentar mudar..

E posso te garantir que o medo que senti foi uma das maiores dificuldades iniciais. Hoje, um ano depois e estudando um pouco sobre essa questão de mudança de comportamento, cultura e atitudes, vejo que era realmente o que precisava passar. Toda mudança de comportamento ou propriamente de cultura gera uma fase de tormenta, de caos e insegurança. E posso te dizer que a mesma sensação que gerava medo era a que no fundo gerava uma sensação gostosa de desafio, mesmo que ainda muito encoberta por sensações de dúvidas e desconforto.

E assim fui tentando recriar meus passos, ouvindo minhas opiniões e desejos internos, não me vendendo a sugestão de terceiros. Claro que tive ajuda de pessoas importantes que seguraram a onda de me ver com medo de tomar atitudes. Com o tempo, fui tentando me livrar dos antigos pesos. Descobri-me viciado em não ser alguém, mas em parecer ser alguém. Estava mais preocupado com o que outros diziam, pensavam ou tentavam opinar e criar certezas sobre minha pessoa, do que mesmo com o que sentia e queria ser.

Em um primeiro momento veio a incerteza total, e a profunda sensação de se sentir sem rumo. Mas com o passar dos dias, quando você descobre que insegurança, culpa, e sofrimento são nada mais que escolhas pessoais, as coisas começam a mudar um pouco. E hoje, um ano depois, me alegro em ver que precisava exatamente passar por tudo isso para crescer o que ainda não havia crescido.

Falando assim pareço um exemplo a ser seguido e que hoje domino o que quero pra mim.. ledo engano. Estou apenas no começo. Ainda estou descobrindo que posso muito mais e ainda estou no início de descobrir e perceber que posso ser o que eu quiser. Sem pressões das pessoas, da cultura da tv, da igreja ou qualquer outra coisa que nos crie modelos. E essa é a alegria em constatar que mudar é processo, é tempo de dedicação e planejamento, mas que é extremamente recompensador.

Olho para os 366 dias que se passaram (esse ano foi bissexto) e vejo que a cada passo e cada dia algo foi me ajudando a me tornar melhor. Sei que esse melhor mais pra frente já será antigo e uma nova versão minha há de vir. E tem gente que afirma que depois de certa idade as pessoas não mudam.

Hoje em dia tenho me perguntado sobre o que tenho feito para tornar minha vida como acredito e para que se torne em uma vida de luta pelo que se quer e acredita. E diariamente tenho me respondido que ainda há muito a ser feito. Isso me empolga ao invés de desanimar como antigamente. É apenas uma questão de reprogramação de seus pensamentos e de como interpreta a sua realidade.

Sei que parece um papo de autoajuda, mas não se trata disso. Se trata de dividir aqui o que sinto um ano após uma decisão que na época eu considerava tão difícil e que hoje enxergo que era a única opção a ser tomada.

Ainda há tempo de mudar?

Recentemente vi um filme chamado "O exótico Hotel Marigold" (foto acima), que trata de 7 pessoas já na terceira idade vivendo e refletindo sobre suas vidas. Minutos antes do filme terminar, uma das personagens diz que o mais interessante da vida é saber que o futuro não acontecerá como você acha que será. Não sabemos nada sobre ele, por mais que planejemos e tentemos fazer acontecer. E pensar por esse prisma me fez entender que os ciclos acontecem e que temos a obrigação de saber lidar com a nossa incapacidade de controlar tudo. Nem tudo(quase nada) está sob o nosso controle. E ao aceitar isso, você começa a aceitar que as coisas têm começo e fim (como diz a música abaixo).

                               


Por isso, aproveite o que se tem e enquanto tem, pois quando esse ciclo se encerrar, você levará consigo as experiências vividas e será desafiado a se reinventar. Pois é assim que a vida se oferece pra gente.

Por isso pergunto a você: O que você tem feito para tornar sua vida melhor?

Você tem procurado soluções ou se escorado em explicações?

Pense bem, planeje, escreva metas, comece mudando pequenas ações cotidianas e vá evoluindo. Marque um ano e depois se reavalie. Vale a pena, é divertido perceber no que mudou e no tanto que ainda pode mudar e melhorar.

Hoje tirei o dia pra celebrar essa constatação.

Arrisquem-se!