segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Voltando ao normal

Voltar em cima da hora das férias pra já trabalhar tem dessas coisas, você reinicia o seu trabalho numa correria e cansaço talvez parecido com o qual largou. Mas um dia se ajeitando e vc consegue voltar ao normal. Início de trabalho, encontrando velhos colegas e velhos hábitos de antigas pessoas. Estava eu ligeiramente cansado e querendo me ater a reunião que acontecia no momento. Eis então que surge um tipo que em cada lugar de trabalho deve existir ao menos um parecido que é aquele tipo de pessoa que pensa que falar algo é mostrar importância. Não que eu não fale muito, claro que falo. Mas é aquele tipo de pessoa que quando não tem nada pra acrescentar, quer falar alguma coisa só pra se mostrar inteirado no grupo.

A reunião estava demorada, interessante mas demorada. Eu sentia uma fome exagerada, tudo que consome o raciocínio e a capacidade de prestar atenção acelera demais o meu metabolismo e me dá muita fome. Sentir fome pra mim significa hipersensibilizar minha intolerância e escrotidão humana. Logo, queria prestar atenção na porra de reunião. Surge então esse ser forçador de barra e do nada se dirige a minha pessoa pra tecer o seguinte comentário:

- Você viu que barato! As folhas de nossas agendas são de papel reciclável!!!

Pior do que pronunciar um comentário como esse, é ficar olhando pra ver uma resposta minha, e meu cérebro claro, promoveu uma série de possíveis respostas que seriam:

a) hã?

b) e daí?

c) foda-se!

d) soca essa agenda no cú!

e) vai pra puta que pariu com tua agenda e tua reciclagem do caralho!

f) agenda de cú é rola!

g) Nossa.. Que legal!


Dá pra saber qual a minha versão 100 itens a cumprir 2009 escolheu.

Estou de volta a Brasília.

domingo, 25 de janeiro de 2009

A volta dos que não foram.

Acho que foi na segunda série quando aprendi sobre o ciclo da água. Não me esqueço de maneira alguma a Tia Nilce explicando todo o percurso que a água fazia em seus diversos estados para poder atender a todos e manter seu ciclo. Assim como não esqueço a montagem que fiz em uma cartolina de fundo azul claro com toda esta estória. Ali aprendi definitivamente que existem coisas que tendem a entrar em ciclo. Na vida, aprendi que o que sinto pelo Rio de Janeiro tbm é cíclico. Estou aqui prestes a ir embora, voltar a minha vida passados 25 dias do ano ainda sem pisar na terra onde vivo. E ao olhar as minhas coisas na mala pra ver se esqueci algo, aquele velho costume de me pegar vendo detalhes da casa que até hj são os mesmos, dos vizinhos que se mantém no mesmo lugar e uma incrível sensação de saudade por saber que dentro de minutos não estarei mais aqui nesta cidade.


A mesma cidade de sempre, onde avisto o Cristo Redentor e sempre me pego conversando com ele espontaneamente, a mesma cidade que tem me assustado tamanha banalização que a violência chegou. Me sinto quase uma mulher de malandro onde apanho vendo notícias terríveis como a morte de um estudante que saiu a noite e que atiraram pra baixo do prédio pq tava barulho demais, assim como cada blitz que passo de madrugada onde rezo pra que sejam mesmo policiais e não bandidos armando mais um belo assalto. O termo miliciano entre meus sobrinhos é comum. Suas brincadeiras giram em torno de “dar um teco” ou “vou te apagar” e mesmo com toda essa realidade revoltante da cidade que nasci e amo, me peguei na madrugada anterior a minha volta, ime deitando pra dormir e perceber que eu estava pensando em como poderia fazer para morar aqui.

É difícil sentir essas idas e voltas prestes a partir. Quando penso ter amadurecido e aceitar essa cidade apenas em épocas de férias, me entrego a ela mais uma vez assim como noto que me entregarei a cada vez que for a mais um ensaio de escola de samba, ao ouvir uma bateria comendo solto, ao entrar no maracanã e ver aquele chão verdinho lá no fundo ou simplesmente a cada vez que na rua as pessoas conversam contigo naturalmente. A cada mulher carioca que é sensível a um outro tipo de beleza, onde a maquiagem não impera e sim o ato de saber ser, andar sorrir e suavemente provocar.


É impossível não me render a esta terra por tudo que ela já me ofereceu e por tudo que ela me ensina a cada vez que aqui passo. Mesmo debaixo de chuva durante os últimos 10 dias, engarrafamentos kilométricos, medo de ser assaltado em pontos perigosos, cá estou eu me rendendo ao sol que finalmente desponta de manhã e me dá a certeza de que isso aqui ainda mexe comigo.

Ao constatar essa cidade dessa maneira, neste exato momento, vejo como Brasília é importante pra mim, pois até hj volto pra lá por escolha própria e olha que eu já sou dono do meu nariz para escolher o que fazer da minha vida faz alguns bons anos. Brasília então recebe a carga de saciar meus desejos não concretizados aqui e de ainda me deixar não tão carregado ao ponto de que a única coisa que me salve, seja uma viagenzinha pra cá pra descarregar tudo.

Enfim, tento negar minhas fortes influências daqui mas definitivamente não consigo. A minha paixão por aqui muda de forma por diversas vezes assim como a água, mas o resultado final é sempre o mesmo. É mais um ciclo que termina e que está pronto pra iniciar em uma outra forma, em um próximo momento.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

TV lição

Passar dias reencontrando meus familiares me faz entender um pouco de como Brasília de uma forma alterou combinações genéticas minhas. Um dos programas que faço aqui é ficar em casa principalmente quando chove. Tenho afilhados, sobrinhos e muitos parentes para aproveitar um pouco já que nunca sei quando vou vir vê-los novamente. E conviver com eles significa adentrar no cistume destes que certamente não é o mesmo que o meu. Em Brasília eu não ficaria tanto assim a mercê pq sempre tenho o que fazer e pq lá tbm tem a minha cama que quando não tenho o que fazer, dificilmente troco algo por ela.
Aqui o pessoal tem uma grande fissura por TV. Todos assistem novela, das crianças aos meus tios. E isso me fez por uns dias assistir alguns programas junto deles. Entre estes destaco alguns que abomino que são:

- Video Show
- Programas sensacionalistas de tragédias de fim de tarde(vários canais)
- Novelas

Não sei se algum de vocês já cheirou um peido sem perceber. E quando se traga aquele cheiro medonho, vc se sente podre por dentro, certo de que sua alma está literalmente poluída. Foi assim que me senti vendo estes três programas. É triste ver como se direciona a vida das pessoas e se enche de sensacionalismo, cultura pobre e vende-se produtos.

Falamos mal dos outros mas estamos diariamente consumindo lixos televisivos e nos deixando guiar por uma opinião limitada e que nos reforça indignarmos mas não levantarmos os pés e nem sequer a bunda da poltrona pq a seguir tem uma grande atração. Não sei mais o nível de escroto que me tornei. Mas quando vejo meus priminhos e sobrinhos tendo como informação além da escola, aquilo que passa na tv, fico triste. Tenho pensado muito sobre isso, tbm assisti a isso tudo, sei que tem coisa boa no meio disso mas não dá. Não consigo mais. Estou na cozinha escrevendo enquanto passa a mais nova novela da casa do caralho que fala um pouco de cultura, ensina, mostra algo interessante mas depois em diante, vende um conceito quadrado, fechado em si. Não aguento mais. Talvez esteja sendo muito superficial no que quero criticar ou nem esteja conseguindo explicar o que me deixa puto nessa porra toda mas não quero entrar em detalhes. É tanta coisa que não curto que tenho dificuldades. Ando pensando em vender minha tv quando chegar em bsb e comprar um celular com tv que aí posso ver os pequenos programas que curto em qualquer lugar que tiver e não preciso ter essa merda em casa. Mas aí como ficam os filmes? Algumas entrevistas interessantes? Documentários? Vai ser difícil concretizar isso mas queria aqui dividir com vcs um tipo de ranzinza em que me espelho. E olha que quando ouvi falar dele eu nem sabia que ele era ranzinza assim. Mas quando descobri esse jeito, descobri que não aceitar essas questões que critico esta mais do que certo.

É grande . Acho que foi dividido em 6 blocos e indico assistirem quando sobrar tempo. Faz pensar bastante não só sobre sua vida, mas sobre o que assiste na tv.
Vou colocar o primeiro e se interessar, pesquise os outros.

Kisses

Parte 1

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

pagando de filósofo

Partir é bem mais complexo do que ver o outro partir. Tenho experiência nisso e estou vivendo isso mais uma vez. Ver alguém partir é complicado ao ponto de que chega um momento que você vê a pessoa sumir a um horizonte e que naquele dado momento ela não está mais no seu cotidiano. É um tipo de sensação estranha, pois muda a forma como você passa a enxergar a pessoa naquele exato momento de sumiço. Só que ver partir dura um tempo curto e mais sereno. Após despedir-se, tem a sua vida a seguir, compromissos com as mesmas pessoas de sempre a comparecer, problemas a resolver.
Mas partir é uma mudança mais radical. Partir significa não só deixar pessoas mas deixar um ambiente, um lugar que começou a acostumar-se a conviver. Vejo que no pouco tempo que passei em um local que não conhecia antes me influenciou neste exato momento de partida. E partir ainda é mais complicado, pois seja de ônibus ou avião, você terá de viver um momento de transição até chegar ao local de destino. Por mais que seja uma viagem de 1 hora ou aquela que leva quase um ou mais dias, partir significa vc sentir na carne que está deixando um lugar. Enquanto viaja, vê a paisagem e os minutos que se passam pesarem na sua consciência a ponto de refletir se o que vai viver a partir de então é mesmo o que quer. Cresci acostumado a morar em um lugar longe da minha família. Viajava para vê-los, pra aprender a viver sob um outro olhar e cultura e de repente, por mais que tenha feito novos laços por lá, é preciso partir. E posso te garantir que o partir quase que está ligado diretamente ao sentido cortante que tbm exerce a palavra. É preciso readaptar-se, tirar lições sobre o que viveu e seguir a vida em seu antigo habitat. Mesmo sabendo que o partir é sempre mais difícil, não abro mão de viver essa sensação. Foram nesses momentos de partida desde minha infância que construí o que queria pra minha vida. Foram nessas breves turbulências que descobri que somos pequenos em meio a tanta gente, a tantos desejos e sonhos. Não terei as 7 vidas que acreditava ter como os gatos. Nada melhor então do que mais um momento deste pra repensar tudo e avaliar o que pode ser melhorado e o que é necessário mudar.
É um tipo de dor que não caleja, mas que tbm não mata. No fundo, partir é uma chance de repensar tudo que fez e ter a chance de recomeçar.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

bagulho interessante

Nunca havia adentrado o litoral paulista, mas é onde me encontro há quase uma semana e onde ficarei por mais alguns dias. As pessoas por aqui são bem mais sociáveis do que eu pensava. Bem mais educadas do que no rio e é um local tranquilo de ficar. Fiquei realmente impressionado. Mas claro, sei que estou de férias, a 300 m da praia e aliás, uma praia pequena, pouco movimentada, com um mar maneiro e com um sol interessante.
Pense comigo, pra alguém que passa 11 meses com ou secura escrota ou só chuva, frio a noite, duplas sertanejas a dar com o pau fazendo showzinhos e alexandre peixe e Mr. babão sendo os melhores shows da cidade, é claro que uns dias assim me fazem uma pessoa muito mais romântica e acreditando na bondade alheia. Só o que não dá pra aguentar é o sotaque que é bem estranho mesmo. Parece que a pessoa está passando mal, com azia, estômago embrulhado enquanto fala, sei lá.

O que vale é que faltam duas semanas ainda para voltar com tudo para o mundo sem praia bsb 2009! É incrivel, este ano ainda não estive em bsb. Me emociono fácil demais!

Quando tiver saco pra contar algumas estorinhas escrotas que claro, já aconteceram por aqui, eu prometo tentar postar.

Kisses

PS: Aqui tbm tem cigarra cantando ainda. Eu nem sabia que elas curtiam um verão tbm.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Terra de malandro

O custo de vida no Rio certamente é menor, principalmente no subúrbio onde fico. O mercado de roupas então nem se fala, diversidade e preço baixo são coisas que me emocionam.
Tenho dificuldade de entrar em lojas. Principalmente porque no rio tem bem mais aqueles filhos das putas que vem te buscar fora da loja pra ver o que vc quer. Basta cruzar um olhar com qualquer peça da vitrine e o sensor aranha daquele filho de uma cabra manca desmamada já vem sorrindo em sua direção com alguma abordagem que se usa pra cantar mulher em Brasília do tipo:

- Pois não amigão!?

- Fala brother, quer dar uma olhada nas peças?

- Boa tarde! Procurando algo em especial!?

- Coé Shock!!! Bora dá um look nas mercadorias?

Enfim,

O interessante foi que achei uma loja que gosto e que só tem aqui. Tinha umas bermudas e blusas maneiras. Gostei de uma e ao ser atendido por uma atendente simpática, gaúcha, maneira e com mais vendedoras maneiras ainda, fiquei a vontade para poder experimentar outras peças. Daí claro, nem tudo poderia tranquilo.
Algo escroto tinha de vir a acontecer pra não perder a viagem e a certeza de esse ano ser o ano Thierry Henry!

Segue mais uma bizarra conversa:

- Poxa, gostei de mais de uma peça. Tem desconto pra pagamento a vista?
- Tem mas não tem!(risos)
- Como assim?(foda-ses!)
- É que damos 10% de desconto pra quando vier comprar da próxima vez.
- Quer dizer que só vai me dar desconto da próxima vez que eu vier comprar aqui? Não moro aqui, só venho agora no meio do ano.
- Sei que parece ridículo. Mas a promoção daqui é assim, não podemos alterar.
- Tudo bem, entendo o seu lado. Vou levar só a blusa mesmo então.


Paguei, conversei um pouco com as vendedoras enquanto passava o cartão, peguei minha compra e despedi delas. Saí da loja, dei a volta na lixeira do shopping e entrei na mesma loja dizendo:

- Oi, comprei aqui uma blusa, queria uma bermuda que adorei, mas que acabei não levando. Tenho 10% de desconto né?

Elas não acreditaram que eu tinha feito isso, mas mais do que lutar pelos meus 10%, eu estava lutando pela minha honra de ter nascido no Rio. Se fuder! Não sou otário. Promoção mais escrota do caralho!

PS: Economizei R$ 4,52

Dois mil e meu ovo esquerdo.

Início de ano no Rio e ao parar num sinal de trânsito, uma menina aparentando ser nova e em estágio final de gravidez se dirige ao carro para pedir moedas, enquanto procurava algumas no carro, surgiu a interessante conversa:

- Olá
- Olá!
- Feliz Ano Novo
- Feliz Ano Novo!
- Quantos meses já?
- Oito
- E você tem quantos anos?
- 18
- É menino ou menina?
- Menino
- E já sabe qual vai ser o nome?
- Já!
- Qual?
- Thierry Henry!


Neste instante abre o sinal

- Tchau.. Boa hora pra você com o menino.
- Obrigada


Uma simples conversa comprova que 2009 promete em termos de situações escrotas

sábado, 3 de janeiro de 2009

Pendencias de 2008

Não sou fã de tradições ... ao mesmo tempo que pra certas coisas, nada como o convencional pra seguir tranqüilo. Não lembro realmente a última vez que virei o ano novo vestido de branco. Sempre gostei de usar cores diferentes e esse ano não sei pq me decidi ir de branco... acho que já esgotei as cores. O local tbm é algo que não gosto de seguir costumes. Já virei no meio do eixão, em festa, churrasco, em cima da trave de futebol da quadra onde moro e ando sentindo vontade de passar no esquema família. É uma das únicas oportunidades que tenho de vê-los. E essa época meio que maquia muita coisa... estão todos tranqüilos, felizes, ou pelo menos se renovando e com melhores expectativas. Então se ouve estórias antigas... é sempre sacaneado pelas merdas que fez quando criança e assim vai. Gosto sempre das coisas diferentes e quando o diferente que uso vira moda, me emputeço e largo isso de mão. Mas hoje não... hoje resolvi ser do grupo, buscar ser mais um e ceder as tradições costumeiras das famílias brasileiras.
Será que isso me credencia pra ser uma pessoa normal para 2009?

Improvável suposição.



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Estou sem internet e por isso este post vem atrasado e já em 2009

Escrevo próximo a praia, sol, vento e com uma possibilidade de pensar melhor sobre tudo. Aproveitando a facilidade de refletir, ando dando seqüência em mais um de meus projetos bisonhos, mas que gosto de fazer. Comecei a escrever dias atrás uma lista de 100 coisas a fazer/mudar/tentar ser em 2009. Escrevi 13 e parei por aí. Mais tarde completei com alguns. Passei dos 30 e atualmente antes de virar o ano estou próximo dos 50 itens. Dentre estes itens que pretendo fechar em 100 até o fim de minhas férias, colocarei alguns aqui pra terem noção de como ser escroto é uma questão de prática...essência e sabedoria... seguem algumas idéias pessoais:

- não beber refrigerante
- sair de brasília por pelo menos 6 vezes
- ser pontual em meus compromissos
- olhar mais as pessoas nos olhos
- ser mais sociável em grupos que não conheço
- visitar alguém que não vejo há pelo menos 3 anos
- dirigir menos (usar outros meios de transporte)
- reclamar menos na frente dos outros
- fazer aula de percussão
- operar os joelhos
- não escrever mais com pontinhos no computador


Como não sou fã de números pares.. seguiram 11 itens dos quase 50 que já fiz.

Andei tendo idéias interessantes. Resta saber se elas sobreviverão a minha jornada trabalha feito um filho duma puta 2009.Preciso dar ênfase ao meu eu empreendedor. É ... acaba de surgir mais um item pra mim então... nos vemos outro dia em que cismam de falar que é ano que vem.


PS: 31 de dezembro, 19h42 da noite ... sol se pondo e ainda tem cigarra cantando nessa porra !!!