terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Menos uma hora

Eram os últimos minutos de raios de sol ainda vigorando sob o horário de verão. Fui despedir-me de um horário no qual me identifico, dando uma corrida no parque olhos d´’água. Aliás, este parque citado tem sido um local cada vez mais visitado e aceito pela minha pessoa nesta cidade. Tranquilo, sem muitos desfiles de marombeiros, playboys e menininhas fazendo atividade física maquiadas. Consigo lá repensar um pouco tudo sem me defrontar tanto com as coisas que não curto na cidade. Era o último dia desta fase do ano em que às 18 horas ainda estava um sol radiante, um céu azul e um calor bom adentrando a noite. O horário de verão sempre foi algo esperado por mim ano após ano. Quando garoto, ele me simbolizava a aproximação das férias, que estava perto de eu ir à praia e que veria pessoas diferentes. Já o seu término sempre me remeteu a sensações melancólicas. A reta final do verão, o verdadeiro início de mais uma temporada em Brasília e o esfriamento natural das pessoas com o dia a dia e a mudança de clima. Hoje vim aqui correr pra pensar melhor que agora, a partir do dia 22/02, a vida realmente começa nesta cidade. A dedicação aos objetivos precisa ser intensa. O tempo a perder com pessoas escrotas da cidade pode custar caro. E que preciso amadurecer em alguns pontos cruciais ainda nesta cidade.

Amanhecerá mais cedo. Em se tratando da minha pessoa eu estou fudido de qualquer maneira pq tenho extrema dificuldade de acordar. Preferia com horário de verão pq fudido por fudido, prefiro que esteja escuro a aquele sol na cara. Também tenho extrema preferência pelo sol à noite. Já que a noite é noite pra mim mesmo, só a partir das 21horas. Com o fim deste horário que tanto aflige as pessoas, perco esses pequenos prazeres cotidianos.

Mas ao mesmo tempo ganho a chance de me focar lá à frente. Por gostar deste horário, sempre tive a sensação de que as coisas me aconteciam melhor enquanto horário de verão. A vida era mais intensa e verdadeira e eu tinha mais sorte em minhas investidas na vida. Portanto, terminar o horário de verão, é pra mim um sinal de que agora é hora de voltar o foco total ao batente. As pequenas e grandes obrigações de todo dia. E assim, ao olhar e esperar por um dia novamente em que o sol nasça mais tarde, tenho a chance de lutar para realizar pequenas obras e compromissos traçados por mim e em desafio à minha pessoa.

Agora realmente tudo começa. O trânsito aumenta, os shows de axé chegam em grande escala durante o ano e os playbas e mulheres metidas a fodonas voltam a dominar a cidade. Aquela galera maneira que tanto curto. Vendo aqui o sol se pondo neste último dia de horário de verão, me faz despedir-me deste momento esperando me reencontrar com outras mais propostas de vida, sonhos além dos que já tenho e conquistas que espero alcançar durante esse ano, até outubro, quando por um momento vou ter de acordar num dia mais escuro e ver o sol se pôr após o que se diz de costume.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Eu falhei.

O que aconteceu no meu carnaval mostra bem como lido com meus planejamentos de vida. Depois do trauma de passar 3 carnavais seguidos na cidade empoeirada em que me encontro, prometi a minha pessoa e aos meus sonhos mais infantis que passaria os próximos 10 anos de carnaval fora de bsb.
O problema é que tive um fim de ano de 2009 desgastante fisicamente e emocionalmente e assim, não me programei como deveria para minhas férias. Viajei em cima da hora já em clima de desespero pra fugir um pouco daqui. E o carnaval então sequer procurei saber o que fazer.

Pois bem, quando tomei vergonha na cara de tentar me programar, as passagens já estavam caríssimas e eu trabalho quinta e sexta-feira pós quarta de cinzas nesta cidade que não tem ideia do que é um carnaval.

O que consegui fazer foi escapar no sábado para goiania(brasília com sotaque caipira, prédios mais altos e pessoas mais sociáveis), e assim pelo menos, não ver o eixão lotado de idiota.

Só que voltei segunda-feira, e desde então, estou trancafiado em casa tentando não ver porra nenhuma. Mas não dá, está no ar, está em tudo. O carnaval aqui é o cenário que qualquer suicida em potencial gostaria de ter para motivar sua auto-ação.

E a constatação disso tudo é que eu falhei. Falhei por achar que no fim ia dar certo sem lutar para que desse. E esse fim eu sei bem que não acontece assim!

É triste, desolador e doloroso. Uma sensação que devasta meu otimismo e minha fé de que aqui é meu lugar. Não sei no que pensar. De repente, em um puro ato de insanidade, me peguei na noite de ontem vendo passagem pro rio pra ir no sabado e voltar na segunda. Como num momento de desespero achando que essa atitude fosse acalmar tudo que passei nesses dias de carnaval em bsb.

Mais um ano se passa por aqui.
Mais alguns dias e viro alguém insensível como BOA PARTE(Não todos!) dos filhos das putas daqui são.

Pelo menos volto a trabalhar em questão de minutos. Isso muda um pouco meu foco e me reanima.

O que me resta é

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Não dá mesmo.

Estou numa fase conhecida da minha vida. 3 semanas em bsb e eu praticamente rejeito tudo que existe aqui. Faz realmente sentido eu chegar nessa cidade 1 dia antes de voltar a trabalhar pq aqui não dá pra ficar sem ocupação. É um retrocesso à vida. Cidade lotada de escrotos, gente querendo impressionar. Lógico que estou falando preferencialmente do centro, do plano piloto. E lógico que no meio disso tudo tem muita gente maneira tbm. Aliás, as pessoas que valem a pena estar aqui. Mas é foda ver boa parte da cidade ser povoada por escrotos copiadores de modinhas. Mulheres excessivamente maquiadas. Mal ajeitadas da vida que se apertam e entortam pra entrar na porra de um vestido/roupa/sei lá o que pra ficar gatinha.
O importante aqui é impressionar. Fazer parecer. Foda-se o que vc é. O importante é representar. Brasília é a verdadeira "second life" brasileira. Vivemos para parecer ser algo e sempre tentamos agradar aqueles que sonhamos copiar e rejeitar aqueles que não fazem parte do meu grupo.

Sei que vou me adaptar a essa merda, sei que vou me tornar mais um destes filhos duma puta. Mas por enquanto me resta a revolta. Carnaval começando e eu vou tentar, pelo menos, fugir dessa porra pra não ter de aturar escrotos demonstrando felicidade num carnaval tão medonho como é o daqui.

Aqui realmente é um lugar pra trabalhar. Acho que não renderia tanto em minha profissão em qualquer outra cidade normal. Onde outros atrativos me seduziriam mais, talvez.

Que lixo do caralho, quanta merda, governador escroto do caralho, assume um vice mais bisonho ainda, foda-se, estou fadado a me emputecer com essa merda aqui. Com a classes seja lá qual for, ostentando parecendo ser sempre algo mais.

To fudido nessa porra. Tenho muito a pensar pra minha vida. Preciso tomar decisões com relação a um local pra viver/morar.